quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não quero mais falar de amor...

Não porque não acredito nele, nem porque estou descrente
Nem porque estou carente.
Não quero mais falar de algo que se sente, algo que todos já sabem como funciona
Ou as consequências do mal funcionamento do mesmo...
Da felicidade ou da tristeza de quando se é, ou não amado.
Da infelicidade de não ser retribuído...
Da dor de ser deixado, das mentiras que acometem os homens
Dos perjúrios que saem dos lábios...
Não quero mais mencionar frases clichês, se sinto eu digo
Se não sinto não vou dizer...
Não vou mais mentir pra ninguém e muito menos pra mim.
Não me incomodo de não gritar aos quatro ventos, nem de emudecer quando deveria falar...
Não espero que modifique toda a minha vida, nem vou dar uma receita pronta de bolo.
Cada ser diz que é diferente, mas foram tantas situações de repeteco, choro, dor...
Lágrimas que escoam como uma torneira aberta, como se a alma saísse e se desmanchasse na face.
Toda história de amor termina ou começa do mesmo jeito.
Ou você terá final feliz, ou chorará amargamente fazendo a felicidade de outra pessoa.
Ces´t la vie e você vai amar novamente, por mais que diga que aquele será o primeiro e o último.
E dirá que amou mais do que a si, mas estará de novo mentindo, pois não há quem amamos mais do que a nós mesmos. E continuará achando que é amor, de fato pode ser, to enjuada dessas denominações.
Enfim, pode não ser amor, mas acho interessante o fato de ainda querer continuar a ficar com a mesma pessoa.
Agora sem hipocrisias, se não há eternidade pra nós, porque haveria de ser com um sentimento? O amor é mortal, a força dele se esvai junto com as nossas, tu que não se alimente todos os dias pra ver se não morre, desnutrido. Assim é com tudo.
Não estou mal-dizendo e muito menos tentando entender esse sentimento, nem sendo insensível. Só acho que já existem inúmeras definições enfeitadas e pouca praticidade, muita fantasia e quase nada de realidade.
Pois é meu bem isso porque ainda não escrevi sobre o casamento nos dias de hoje...
Isso vou deixar pra outra hora, mas enfim, enquanto houver aquele desejo que te faz sucumbir e achar que não poderá mais viver sem a pessoa, aproveite, porque ele morna no banho-maria com o tempo, não que deixe de existir, nem que tenha diminuído ele está ali, quietinho vai se adaptando, em algumas horas ele inflama em outras parece que está adormecido. Sim eu tenho um coração, sim eu gosto de alguém, mas vou viver dia após dia e não tentar pular tudo de uma vez!
As vezes viajo em pensamentos, vou a lugares estranhos com rostos desconhecidos. Estes rostos já não me são familiares, ouço vozes das quais eu tenho uma vaga lembrança, mas a memória bloqueou qualquer familiaridade com uma época que descrevo. Falo na 3ª pessoa não por prepotência, mas como um narrador ao qual a história parcialmente lhe pertence, como coadjuvante e não como protagonista de uma história que eu escrevi com minhas próprias mãos.
As vezes sinto como se tivessem me colocado na platéia apenas pra observar, que estive em lugares errados e em horas impróprias, mas não lamento por isso, muito pelo contrário, sou grata.
Não é a personagem que eu gostaria de interpretar nem de perto, tudo devidamente ao seu tempo, tardio para alguns, mas tão necessário agora. Como se só agora as coisas fizessem algum sentido.
Agora eu posso concretizar tudo aquilo que eu coloquei no papel, posso dizer não e sim à aquilo e aqueles que eu quero, diria que sou dona de mim. Não há mais cordões de ventriloquismo nem alguém por trás me dizendo o que devo fazer adiante, as pernas estão começando a querer se mover sozinhas.
Bem novamente só filosofando, aparentemente a esmo. Mas ainda falta fazer algumas coisas das quais eu ainda tenho vontade de fazer.
De dizer a algumas pessoas o quão insignificante elas são, mas acho que não há necessidade, elas mesmo devem saber o quanto são hipócritas e medíocres. Sei lá ando simplificando demais as coisas, mas está legal assim. Consigo definir o que é real e o que é ilusão, os pés meio cravados no chão mas a cabeça continua vagando e o espírito flutuando por aí rsrsr.
O tempo está passando mas estou sem pressa, diminuindo os passos mas chegando mais perto de algum lugar. Eis a pergunta agora, o que eu quero fazer? Eu já sei, tenho essa resposta, como vou fazer pra chegar até isso, também já tenho essa resposta, se houver algum imprevisto no caminho, dessa vez eu vou poder contornar. Está tudo bem, mas eu quero mudanças. Houve muitas mas ainda não são suficientes, preciso mecher em mais algumas coisinhas e então ficará pratiamente perfeito. É isso aí to otimista e com os olhos e ouvidos muito bem abertos, o cérebro está antenado e o corpo acompanhando o movimento, então diria que está quase tudo ok, detalhe mero detalhe...